22 de abril de 2012

Ser como água



Sinto-me como água, isto porque vejo-me obrigada a ser versátil, isto é, caber em todo o lado e tomar todas as formas, mas apesar de a água ser vida, esta não ganha raízes, não ganha estruturas.
E eu sinto cada vez mais que preciso de estruturas, sinto que tenho cada vez mais que provar toda a minha capacidade e os meus gestos.
Não tenho identidade, chega-se a uma altura em que todos sabem o que esperar “ela é água, ela adapta-se”.
Mas eu quero ser respeitada e não que estejam a espera que eu mude para gostarem de mim ou mesmo para me aceitarem, mas logo aqui tenho outro problema, como é que podem perceber o que eu sou ou deixo de ser se eu própria não tenho estruturas, não tenho personalidade definida, até que ponto posso eu mandar a mensagem do “daqui não passas”, porque a água não tem limites.
E já é esperado que a água caiba em todo o lado, desde a incompreensão até a parte “não vou fazer sacrifícios porque a água tem de entender, compreender e adaptar-se vezes sem conta”.
E eu quero tanto que se adaptem a mim como eu me adapto aos demais. 


 

E eu sinto a tua falta, mas preciso que deixes de ser tronco para seres terra, onde nos moldamos mutuamente.

5 de abril de 2012

A minha vida tem se revelado espantosa, é bom finalmente estar a viver-lá e não a "empurrar com os joelhos", e Eu gosto que assim seja, sem medos, sem desgostos, sem desilusões.
Porque simplesmente estou a aprender a não esperar nada nem me a iludir com ninguém porque simplesmente não vale a pena.
Eu quero viver com o que a vida tem para me oferecer e não com o que Eu quero controlar.
Os sentimentos estão vivos e aprendi que de nada vale lutar contra eles, ter paciência é algo que só agora estou a colocar como possível palavra dentro do meu dicionário.
Não vou fugir nem fingir mais, eu gosto, eu amo, eu tenho sentimentos e por fugir disso mais perto estou, então não vou fugir, vou aqui ficar e viver o que vier para viver, sem pressas, sem pressões, sem medos de perdas, sem ciúmes, sem cobranças, com mais compreensão, mais gratidão e mais confiança em mim e nos outros. 
Mas Eles lá em cima estão sempre a pôr-me à prova para Eu perceber até que ponto tudo isto está interiorizado em mim. São demasiados anos a viver debaixo do mesmo registo vezes sem conta, mas hoje é um dia novo e estou disposta a viver-lo ao máximo venha o que vier e acima de tudo estou disposta a mexer nas feridas profundas e sará-las de vez e finalmente aprender a viver em paz. 




" Não te amo apenas por ti, mas porque contigo têm significado único mil pulsações de mim mesma.

Para mim não és um fim, mas um começo de vida a que nós procurámos e acreditámos dar finalidade."

Maria José Costa Félix in "Atalhos do amor"




1 de abril de 2012

Gostava tanto de ter uma máquina fotográfica suficientemente potente para tirar fotografias ao céu estrelado que vejo cada vez que caminho na noite, 
Gostava tanto de ter uma máquina de filmar para mostrar o abelhão gorducho que entrou pela janela do meu quarto e por duas vezes tive de o encaminhar de volta para a rua, 
Gostava de mostrar tudo o que os meus olhos vêem, o que os meus ouvidos ouvem, e o que o meu coração sente ao estar em pleno contacto com tudo!
Aqui o tempo passa devagar, e eu gosto que assim seja.
É extraordinário perceber que nós fazemos parte das estrelas, que somos feitos a partir do pó das explosões das estrelas... eu sinto-me parte integrante de um sistema que está em constante evolução, em constante explosão e em constante expansão...


"...but I feel big, because my atoms came from those stars!..."
Eu gosto de amor.
Gosto porque faz-me sonhar e acreditar que o mundo é maravilhoso, que a vida é maravilhosa.
O amor torna as coisas bem mais fáceis de suportar, porque tudo divide-se por dois.
O amor é fonte de inspiração para alguns e até fonte de negação para outros.
O amor é a confiança, a entrega e o simples querer.
Pode começar um banco de jardim, num olhar cruzado ou mesmo numa palavra dita com outra ênfase.
Há amores assim...