22 de abril de 2012

Ser como água



Sinto-me como água, isto porque vejo-me obrigada a ser versátil, isto é, caber em todo o lado e tomar todas as formas, mas apesar de a água ser vida, esta não ganha raízes, não ganha estruturas.
E eu sinto cada vez mais que preciso de estruturas, sinto que tenho cada vez mais que provar toda a minha capacidade e os meus gestos.
Não tenho identidade, chega-se a uma altura em que todos sabem o que esperar “ela é água, ela adapta-se”.
Mas eu quero ser respeitada e não que estejam a espera que eu mude para gostarem de mim ou mesmo para me aceitarem, mas logo aqui tenho outro problema, como é que podem perceber o que eu sou ou deixo de ser se eu própria não tenho estruturas, não tenho personalidade definida, até que ponto posso eu mandar a mensagem do “daqui não passas”, porque a água não tem limites.
E já é esperado que a água caiba em todo o lado, desde a incompreensão até a parte “não vou fazer sacrifícios porque a água tem de entender, compreender e adaptar-se vezes sem conta”.
E eu quero tanto que se adaptem a mim como eu me adapto aos demais. 


 

E eu sinto a tua falta, mas preciso que deixes de ser tronco para seres terra, onde nos moldamos mutuamente.

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