11 de abril de 2010

Ontem quando cheguei a casa, deitei-me e senti uma estranha paz, uma estranha leveza, uma estranha despedida... fiz a minha meditação e adormeci embalada pelas rosas...
acordei e olhei para o telemóvel ainda com uma falsa esperança e voltei a cair na almofada... não consegui mais sair dali... ate ser chamada de volta à vida... eu tinha que ir trabalhar...
e fui, limpei as lágrimas que teimavam a cair do meu rosto, por mais que eu disse-se a mim própria que não iria chorar... não havia razão para chorar... não ficamos inimigos... apenas companheiros de jornada...
mas isso eu não consegui controlar mais... custou-me tanto trabalhar e fingir que estava tudo bem e aguentar frases e perguntas do porquê de eu " estar com um ar tão tristonho!", "está tudo bem! obrigado, é cansaço!" dizia eu enquanto arrumava as comprar e as marotas das lágrimas teimavam em humedecer-me os olhos, e para melhorar o teu cheiro hoje resolveu aparecer na minha pele, no meu corpo, no meu cérebro e eu sempre a tentar desviar a atenção para outra coisa, mas o teu sabor na minha boca estava ali a dar cabo de mim e a obrigar-me a vivenciar aquela experiência que eu não podia vivenciar ali, mas que teimavam a permanecer à espera que eu quebrasse, la de vez em quando os meus olhos voltavam a encher-se mas fiz força e chorei por dentro...
enquanto não fizer o meu luto, isto não m vai passar... eu não vou parar de chorar até haver a despedida de mim para mim, do meu amor por ti...
é muito estranho... sinto-te como se ainda estivesse mos juntos, e sinto tanto a tua energia em mim... não sinto que te tenha perdido... mas o meu corpo continua a derramar lágrimas, talvez por saber que fizeste tanto por mim e me deste o melhor de ti em tudo e que estives-te lá quando mais precisei de ti...
mas eu... eu não sou perfeita e falhei tantas vezes contigo e comigo própria... eu no fundo já sabia, mas torna-se mais difícil quando as situações se tornam reais e o peito começa a doer como se me tivessem a espetar uma faca e doeu tanto enquanto falavas e a dor era tão aguda e acabei por ficar entediada, Tao apática que pensei mesmo em ficar ali naquele local a dormir porque não ia conseguir falar e muito menos responder a perguntas...
acabei por chegar a casa e enfiar-me no quarto, houve quem me chamasse e eu juro que não ouvi nada, e também não sei como cheguei ontem a casa... só me lembro de ficar estagnada na cama e a cair em mim, o que tinha perdido... o que tinha acontecido... e saber que o luto não ia ser fácil de fazer... pode demorar 1 ano, 1 mês, 1 semana, 1 dia ou mesmo 1 hora, não vou conseguir tirar-te de mim de um momento para o outro, és e foste demasiado importante para mim... as recordações teimam em queimar-me a vista e a garganta dói-me tanto que não consigo comer, este é o efeito de não poder expressar a emoção durante o horário de trabalho...
hoje os meus pais estão aqui e não queria nada que eles me vissem mal... só a minha minha mãe é que estava acordada! (ainda bem... pensei eu...) e foi tão bom...foi tão reconfortante ter-la aqui, o seu abraço, as suas palavras, as suas mãos, a sua pele fina e suave onde, mais uma vez , as minhas lágrimas escorregaram, os seus conselhos... bastava-me isso, pensei eu, e bastou durante um tempo as lágrimas secaram e voltei a pensar em mim... mas agora tudo voltou, tudo o que há para limpar está a ser limpo e não sei quanto tempo vai durar...
" há muitos brunos, lá fora!", "vais encontrar outra pessoa!", "vais ver que vais encontar um bonzão e vais ser muito feliz!", " não fiques triste, se calhar tinhas mesmo que passar por isto...!", "..."
eu sei que existe tanto que eu desconheço, sei que existe muitas pessoas que querem amar, e sei que tinha e tenho que passar por isto... mas eu não quero ninguém no próximo milénio, não sinto disposição para me apaixonar de novo, para viver de novo isto, não quero... não tenho capacidade, acabei a uma relação com uma pessoa que amo e com isso foram tantas expectativas, tantas ideias, tantas recordações...
não quero que saias da minha vida... isso era simplesmente cruel, não quero que me ignores, não quero que digas que não recebes as minhas sms's quando as recebes, não quero que me ignores os telefonemas, porque se o faço é porque existe uma razão, mesmo que essa razão seja só par ouvir a tua voz ou para olhar para os teus olhos e voltar a acreditar que pela primeira vez na vida amei realmente alguém e que essa pessoa também me amou exactamente como sou e que num eventual futuro longiquo talvez acreditar nisso outra vez e tentar algo parecido com um outro alguém... ou talvez não... não se ama da mesma maneira duas vezes... " um raio não atinge o mesmo lugar duas vezes!" ora ai está...
estas palavras, são isso mesmo, palavras que saem quando preciso desabafar e não são acusações, porque eu já to disse: eu não me arrependo de nada, de absolutamente nada que passei contigo... crescemos tanto que és aquela pessoa que vai estar e quero que esteja presente na minha vida como um natural porto de abrigo...
te amo
te adoro
perdoa-me, mas estou a lidar com isto o melhor que posso... e esta é a minha melhor maneira...
isto nao quer dizer de maneira nenhuma que tu também nao estejas a sofrer, ou triste ou maguado, esta é a minha maneira, a minha...

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